Quantas vezes li Pedro negando Jesus e fiquei atônito com a atitude? Quantas vezes ouvi, sem compreender, pregações sobre as lamentações e falta de fé do povo ao sair do Egito, mesmo depois de tantos milagres?
Como poderiam simplesmente ignorar os milagres e maravilhas na primeira dificuldade? Por que não confiaram??
E aí você passa por isso. Você vê maravilhas e milagres. Você vê o que era impossível. E então, chega o mar. Chega a tormenta. E qual a primeira reação? Reclamar. Desesperar. Duvidar.
E a despeito do maná, a despeito dos milagres, a despeito de todo cuidado, a primeira coisa que fazemos quando tudo parece desmoronar, quando o barco chacoalha com as ondas, quando chega o deserto é reclamar, duvidar.
E eu sou tão culpado quanto Pedro. Quanto as pessoas no deserto.
Hoje olho para eles e não vejo covardes e descrentes. Vejo pessoas. Desesperadas, sofrendo, pessoas. E, sim, pessoas que deveriam confiar, acreditar, lembrar das bênçãos, dos milagres, mas que, no olho do furacão, se desesperaram. Pessoas como eu. Talvez até como você, não sei. Mas certamente como eu.
E, nessa hora, no olho do furacão, dentro da tempestade ou no meio do deserto, é a hora para crer, certo? Mas, talvez, seja a hora de se ajoelhar, mesmo duvidando, mesmo desesperado, talvez seja isso o mais importante: estar aos pés daquele que pode acalmar a tempestade ou fazer cair codornas no meio do deserto. Ou maná. Ou água da pedra. Ou qualquer outra forma que ele use para cuidar de nós. Não importa o que ele fará, quando fará, como fará. Mas importa, isso sim, estar lá, aos seus pés, aos seus cuidados.
Talvez, ao fim e ao cabo, com tormenta ou sem tormenta, sem deserto nem um mar para atravessar, o que importa é estar aos pés dele: Jesus.
Que eu esteja.