Fiquei na dúvida se deveria escrever esse post em formato cronológico ou em texto corrido. A cronologia dos fatos pode mostrar o avanço das horas e o quão cruel foram essas horas. O texto corrido, porém, pode ser mais dramático. Vou tentar fazer um misto dos dois.
26-Jun 5:00
Sem dormir, meu irmão nos levou ao aeroporto para fazer o check-in (que não estava disponível online ainda). O vôo seria apenas as 07:45, mas chegar antes foi muito providencial. A American Airlines estava sem sistema e teve que fazer todo o check-in na mão. Sim, eles anotavam o número do passaporte numa lista, conferiam com outra lista e despachavam as malas… sem saber o peso. O processo demorou “só” 2 horas.
26-Jun 7:00
O embarque até que foi razoavelmente tranquilo (tirando a parte que fui sorteado para ser verificado pelo teste de drogas e explosivos, que até foi bem educado). E foi aqui que começou a confusão.
26-Jun 8:30
O vôo começa a atrasar para sair. Como bom paulistano, ainda acho que está dentro da “normalidade” até notar que a too instante passsavam comissários de bordo contando e recontando os passageiros.
26-Jun 9:00
Os passageiros, ainda no avião no solo, começam a ficar irritados. E agora eles começam a anotar de novo o nome e passaporte de todos os passageiros. Sim, depois de embarcados. E descobrem que falta e sobra gente (não é preciso mais de dois neurônios para descobrir isso com essa zona).
A cena é absurda por si só, mas fica ainda pior: eles sequer faziam idéia de qual o peso das malas (lembra que eles marcavam na mão?). E o controle de NYC não os permitia sequer levantar vôo assim. Uma tremenda incompetência e falta de processos.
Fomos informados que eles iam mandar um fax para os EUA com os dados. “Essa m***a aula vai demorar”, pensei.
Ah, eu falei que estávamos sem comer e sem beber nada? Pois é…
26-Jun 10:00
Quando as reclamações já estavam em um nível bem, digamos, mal educado, conseguiram algo para comermos. Compraram lanches nas lanchonetes de dentro do aeroporto para levar pro avião. Sério, os caras são bem despreparados. Que experiência ruim.
26-Jun 11:00
O capitão avisa que estamos prontos para voar.
26-Jun 11:30
Ainda não voamos.
26-Jun 12:00
No ar… E com o humor no chão.
26-Jun 14:00
Somos avisados que o vôo vai parar em Miami. Miami??? WTH??
26-Jun 21:00
Pousamos em Miami para abastecer e para que subisse a bordo uma nova tripulação. A equipe atual não poderia continuar voando por tanto tempo.
26-Jun 21:40
Até que essa escala forçada foi rápida. Nem ficamos “muito” tempo no solo. Já estamos no ar novamente, rumo ao JFK.
A senhora do nosso lado falou que o filho mudou a conexão dela para Miami, mas como eles nem nos deixaram sair do avião, ela perdeu mais uma conexão. Que zona!
26-Jun 23:40
Vamos pousar no JFK… finalmente!
Avisaram que vão refazer todas as conexões e tomar todas as providências. Ficamos quase 1 hora rodando pelo JFK porque não estavam preparados para a nossa chegada. Que zona, American! Que bagunça!!
27-Jun 00:30
Quase 1 hora depois (até que na alfandega foi “rápido”). E agora mais uma fila para encarar: todos os brasileiros que perderam conexão agora estão no balcão a AA.
Até que eles foram “legais”. Remarcaram a passagem pro dia seguinte de manhã e deram o voucher do hotel. O rapaz da empresa não acreditava no relato do vôo, disse que aquilo era absurdo.
Bora pro hotel dormir um pouco que o vôo é bem cedo.
27-Jun 01:00
Lá vem a caravana Brasil de volta: apesar do voucher, os hoteis não tem mais vagas. Pois é… agora é sem comida e sem ter onde dormir. De minha parte, já decidi não ir pro hotel mais: não vale a pena. Dormir 4 horas é pedir para perder a hora e o vôo. Mas a briga no guichê da AA é interminável. “I’m sorry” não é o que queremos ouvir.
27-Jun 09:00
Depois de virar a noite no aeroporto, finalmente embarcar para Montreal. Ufa…
27-Jun 12:00
Vôo tranqulo num jatinho Embraer. Bom atendimento e tudo certo na alfandega. Finalmente na casa da Alice e do Gustavo, um pouco de descanso não fará mal nenhum.
Depois de 31 horas, finalmente chegamos à pacata cidade de Montreal.
Finalmente.