O título desse post é proposital, antes que algum metido a “eXperto” venha me encher. Sei que é com S, mas travado do jeito que anda, poderia muito bem ser com Z. Não é essa a razão, porém, do bendito Z. O que quis foi simular um erro, uma falta de conhecimento, ou, para os mais diretos, uma burrice. Sim, penso que esse é o maior problema no trânsito hoje: “falta de inteligência”. Como pode, como vi ontem, um cara parar uma BMW de quina em uma rua estreita, deixando espaço para “quase” um carro passar. Ligou o pisca e foi embora. Sei lá porque, será que quebrou a carroça do fulano? Não importa! Importa que o tiozão poderia muito bem apenas virar o volante um pouco, soltar o freio de mão e deixar a tal da gravidade fazer o resto. O dondoco não precisaria de nenhum esforço (já que o carro devia ter direção hidráulica), além de acordar o Tico e o Teco. Mas é difíiiiiicil…
Hoje pela manhã, mais dois exemplos da incapacidade do motorista paulistano. Ambos os fatos ocorreram no mesmo cruzamento e com intervalo de meros… 5 segundos!!! Sim, isso mesmo. O primeiro, bizarríssimo, fez com que eu e os demais pedestres apenas ríssemos, tamanha a falta de lógica do caso: uma senhora em um Ecosport vermelho encostada atrás da faixa de pedestres do lado esquerdo da rua ficou olhando no retrovisor enquanto um ônibus saia do terminal Vila Mariana. Até aí, tudo normal, certo? Sim, seria certo, não fosse o fato de ela arrancar com o Ecosport na frente do ônibus assim que ele se aproximou, atravessar a rua para a esquerda e entrar na Domingos de Moraes!!! Ninguém acreditava!! Até o motorista ficou parado, olhando a imbecilidade daquela pessoa. Assim que o ônibus, finalmente, cruzou a nossa frente, logo atrás um sujeito com uma van faz A MESMA COISA, mas no sentido inverso: atravessa do lado direito e estaciona no lado esquerdo, no mesmo lugar que a Eco estava parada (será que era o Ponto dos Asnos?). O motorista de trás, dessa vez, não deixou barato e largou a mão na buzina, para delírio do boçal que dirigia a van e ficou xingando não sei quem de não sei o que.
É bizarro, mas penso que todas as políticas públicas em relação ao trânsito paulistano (muito bem vindas, em sua maioria) deveriam levar em conta essa dimensão tão simples e esquecida: as pessoas tiram carta mas não sabem dirigir. Não acho que as “reciclagens” que os Detrans obrigam a cada cinco anos sejam suficientes. E também não acho que devam haver mais. Penso, apenas, que as provas de direção deveriam ser mais criteriosas e rígidas. Tanta tecnologia à nossa disposição e não usamos. As pessoas poderiam, antes de serem submetidas ao teste de direção prática, passar por simuladores que a jogariam em situações de risco e stress, a fim de testar a reação prática antes de largar mais um Horácio* nas ruas da metrópole.
No fim, uma grande ajuda para o trânsito (educação) deveria vir mesmo é de casa…
A referência ao Horácio, personagem preferido de seu criador, Maurício de Souza, é, para quem não sabe, em função dos seus “limitados” membros superiores, que o tornariam um motorista bastante limitado.